terça-feira, 5 de abril de 2011

ARQUITETURA E NATUREZA


Expo Roff Hannover - Herzog + Partner - eng. J. Natterer, 2000
  A natureza sempre será fonte inspiradora para a criação da boa arquitetura. A harmonia de suas formas, o rigor matemático de suas proporções e sua teia de inter relações nos dão a pista de uma inteligência que se manifesta e se sustenta, desde os primórdios da vida em nosso planeta. Como seres racionais, capazes, mais do que qualquer outra criatura, de interagir e de modificar esta natureza, temos o desafio de compreender seus ciclos e de nos harmonizarmos com sua forças.

O abrigo constitui uma das necessidades básicas do ser humano; ele nos protege das intempéries, nos acolhe, nos dá conforto. É nele que desenvolvemos atividades e nos relacionamos e é também, por isso, que nele imprimimos nosso estilo de vida e nosso senso estético. Assim como a humanidade, o abrigo vem evoluindo na medida em que evoluem nosso conhecimento e tecnologia. Nossas edificações e nossas cidades são o espelho de nossas conquistas e também de nossas falências, que se tornam evidentes pelos descompassos na relação com o meio físcio e social. As alterações do clima, a crise de energia, o aquecimento da Terra, a poluição do ar e da água e o acúmulo de resíduos que vai de nossos centros urbanos até nossos oceanos são um alerta para repensarmos nosso estilo de vida e nosso modo de interagir com a natureza.

A idéia não é a de regredirmos ao nível de nossos ancestrais, mas de utilizarmos nosso conhecimento e tecnologia em consonância com as forças naturais; da forma do avião que plageia o pássaro a sofisticados sistemas de automação que compatibilizam a iluminação artificial com a natural, a natureza nos ensina a redirecionar nossas criações rumo à ecoeficiência , à sustentabilidade.

Para ser sustentável, o desafio da arquitetura é, antes de tudo, o da percepção desta sabedoria implicíta.